tag:blogger.com,1999:blog-36337476.post637314644406399151..comments2023-05-01T11:19:11.131+01:00Comments on A ciência não é neutra: Ainda os carros eléctricos: notas inconvenientesPinto de Sáhttp://www.blogger.com/profile/07236403685335368416noreply@blogger.comBlogger2125tag:blogger.com,1999:blog-36337476.post-31014464057148842772009-07-13T14:18:54.254+01:002009-07-13T14:18:54.254+01:00Não podemos compara os transportes públicos que te...Não podemos compara os transportes públicos que temos nas cidades caóticas que temos com o que seria possível se as coisas fossem planeadas e bem geridas.<br />Mas uma conjectura podemos fazer: se os europeus (e os japoneses...), mais ricos que nós e que não gostam menos de carros, usam em 50% o transporte público para as suas deslocões e nós só o usamos em 30%, alguma razão deve haver e não me parece que seja preciso grande investigação académica para saber porquê. O link que tenho no post "Aquecimento global e transportes" sobre "os centros urbanos desertificaram-se" creio que dá boa parte da resposta.Pinto de Sáhttps://www.blogger.com/profile/07236403685335368416noreply@blogger.comtag:blogger.com,1999:blog-36337476.post-54515099222607439862009-07-13T13:45:22.544+01:002009-07-13T13:45:22.544+01:00Será sempre difícil mudar o rumo. Começámos nos au...Será sempre difícil mudar o rumo. Começámos nos automóveis, há mais de 100 anos, e começámos mal. Continuamos mal (cada vez pior) e vamos acabar mal se não mudarmos o rumo. Mas é evidente que essa mudança implicará sempre avultados custos.<br /><br />Quanto não existiam estradas, a sua construção implicava um enorme investimento. Agora que as estradas existem, parece que temos uma espécie de obrigação de as continuar a utilizar, apelidando os sistemas de transportes alternativos, que impliquem a construção de outro tipo de vias, como irracionais.<br /><br />O famigerado caso dos formatos vídeo VHS e Beta é mais um destes que envolve o mesmo tipo de ingredientes. Casos destes há muitos na economia.<br /><br />E no entanto, uma verdade evidente é que se o nosso rumo aponta para um cenário mau, se não mudarmos de rumo acabaremos por ir lá dar. E mudar de rumo pode implicar algum esforço.<br /><br />Sou acérrimo defensor de redes de transportes públicos, sobretudo em zonas de maior densidade populacional (embora também nas demais) e tenho muita pena que em Portugal os transportes públicos tenham tão má qualidade (quando existentes - não nos centremos apenas nos casos das maiores cidades), quase que tratados como uma enorme chatice, que tem de ser, para os coitadinhos que não podem andar no seu próprio automóvel.<br /><br />No entanto, parece-me que não vale a pena bater no ceguinho. Tal como as coisas estão, raras são as pessoas que preferem andar de transporte público em vez de andar no seu próprio automóvel. E parece-me que se quisermos alterar o estado das coisas, só temos duas possibilidades: proibir os automóveis, oferecendo transportes públicos convencionais mas de qualidade superior; ou tentar compreender as razões que levam as pessoas a preferir o seu automóvel e tentar agir por aí.<br /><br />O conceito do Personal Rapid Transit (http://en.wikipedia.org/wiki/Personal_rapid_transit) parece-me que dá uns bons passos nesse sentido. Infelizmente, e apesar de todos os benefícios que poderia trazer (imagine-se por exemplo as ruas das cidades transformadas em jardins!), implica um enorme investimento inicial, que ninguém parece disposto a suportar.<br /><br />De uma forma ou de outra, há alternativas. Mas nós sempre lá vamos arranjando desculpas para justificar a manutenção do automóvel...<br /><br />(Nota: a minha crítica aqui é mesmo sobre o conceito do automóvel em si, seja eléctrico ou não. Há imensos problemas com esse conceito e cito apenas um: todos aceitamos sem dificuldade que jogar futebol como o Cristiano Ronaldo não é para todos, mas parece que nos custa a aceitar que conduzir bem não é para todos. Aliás, conduzir bem é algo que nem mesmo os melhores condutores conseguem fazer em 100% das ocasiões. E num sistema tão elegantemente caótico, as distracções, mesmo as mais pequenas, podem pagar-se muito caro. Não devemos esquecer que o sistema rodoviário é uma das principais causas de morte e de invalidez nas nossas sociedades.)Alexandre Wragg Freitashttps://www.blogger.com/profile/06311377560130855545noreply@blogger.com