Segundo as previsões alemãs, esse encerramento das centrais nucleares alemãs implicará um aumento de 20% do custo da electricidade no país, já um dos mais altos da Europa e no Mundo.
Particularmente afectadas serão as indústrias metalúrgicas e em especial as siderurgias, tendo-se já assistido há duas semanas à venda para encerramento da siderurgia Krefeld da ThyssenKrupp, acarretando o despedimento dos seus 400 trabalhadores, ao mesmo tempo que a Administração da empresa avisa que estão em risco 5 mil empregos.
Segundo o Presidente da Câmara de Comércio e Indústria alemã, "The energy supply is now "the top risk for Germany as a location for business," ". Além do problema dos seus elevados custos, também a qualidade da electricidade tem piorado com a crescente dependência das renováveis intermitentes, com um crescendo de cavas e de tremulações de tensão que têm causado lagos prejuízos às sensíveis indústrias pesadas.
De um modo geral, estes factos justificam a esperada deslocalização de grande parte destas indústrias para países de energia mais barata, nomeadamente no leste europeu.
Por outro lado, e apesar das promessas de muitos novos empregos a criar pela "economia verde" das renováveis intermitentes, a realidade recente aponta para uma crise nesses sectores.
Enquanto, nos EUA, 2011 assistiu à falência das altamente subsidiadas Solyndra e Evergreen Solar, a campeã alemã Q-cells está em "reestruturação de dívida", e a recente redução em 30% das tarifas fotovoltaicas pelo Governo alemão suscitou ruidosos protestos do respectivo lobby, mas o facto é que, como em Espanha, o Governo alemão constatou que a um investimento duplo do esperado nessa electricidade (com a correspondente duplicação dos encargos tarifários), não correspondeu uma maior competitividade dos fabricantes alemães, esmagados, como os americanos e espanhóis, pela concorrência chinesa.
Mas também a indústria europeia de aerogeradores vê as suas margens esmagadas e reduz pessoal. A nível mundial, em 2010 as vendas caíram para os níveis de 2007, acusando as dificuldades de obtenção do financiamento que a sua intensidade de capital exige, e os muito prometidos imensos empregos tornaram-se negativos (na figura seguinte, evolução do emprego eólico nos EUA, de 2007 a 2010).
Não parece que a "economia verde" consiga substituir os empregos que destrói com os altos custos que a sua energia comporta. Confirmando o que em tempos prevíramos...
3 comentários:
Curioso como a França aparece no top 10 com tanta nuclear... Se calhar tb é melhor apontar o dedo aos ecotópicos!!!
Isto não é um "top 10"; é apenas uma amostra dos países europeus para efeitos comparativos (a Turquia nem pertence à UE).
Sim, porque se isso fosse top ten, Portugal certamente figuraria no gráfico.
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