Mais uma vez, os ecotópicos vêm anunciar os imensos empregos verdes que as "renováveis" vão criar. No futuro.
Portugal está já a 2/3 da capacidade total de energia eólica instalável, é um país que por muitas décadas teve nas hidroeléctricas a sua principal fonte de energia eléctrica, mas é no futuro exaltante que aí vem que a renováveis vão criar muitos empregos entre nós!
É sempre algo que vai acontecer no futuro, esta economica empregadora!
E isto é assim para esconder, obviamente, que ATÉ AGORA as renováveis, ou mais exactamente a eólica, apenas criaram em Portugal 1300 empregos ao todo, 800 directos e 500 indirectos! Os quais com grande probabilidade desaparecerão quando o 1/3 que falta estiver instalado, já que as eólicas são quase sempre monitorizadas directamente do estrangeiro, pelos seus fabricantes, por tele-comunicação!
E que, tendo destruído em grande parte a antiga capacidade nacional na engenharia das barragens com a sua substituição pelas integralmente importadas eólicas, agora que a construção destas foi retomada, quase 20 anos depois da última ter sido projectada, 2/3 delas foram doadas a Espanha. Muito em particular à Iberdrola, que nunca escondeu o seu apetite pela posse do sistema hidroelétrico português e que tem agora em Pina Moura a influência que sempre desejou sobre o poder em Portugal! E, naturalmente, a Iberdrola dará é emprego a espanhóis, como nós fariamos no lugar deles!
Um negócio como este que ontem os jornais explicavam, vejam bem: se vocês instalarem "microprodução" de energia em casa, a EDP é obrigada a comprar-vo-la a 0,65 para depois vo-la revender a 0,11! Quem paga a diferença? Para que serve tal política, se não temos em Portugal nenhuma indústria empregadora que faça nada nestas tecnologias?
Na verdade, a economia que as renováveis estão a criar em Portugal é apenas a de uma classe social que um antigo dirigente político designava por "burguesia burocrático-compradora": uma economia que se limita aos negócios da importação e que é suportada pela burocracia do Estado, cujo papel é apenas o de criar os subsídios e as leis que permitem os lucros da importação.
Tudo isto começou com o Prof Oliveira Fernandes, actual dirigente do MIT-Portugal para a Energia, no tempo de Guterres, atingiu o clímax com Castro Guerra, neste Governo, mas também deve muito a Manuel Lencastre do Governo de Durão Barroso!...
5 comentários:
Feita a correcção os meus comentários, incluindo este, deixam de ser necessários, podendo ser apagados por nada acrescentarem à substância do artigo, apenas versando uma vulgar gralha que, como disse o outro comentador, em nada interfere.
Aproveito para o felicitar por este blogue que ousa, de forma acessível e fundamentada, romper com o unanimismo embevecido e alarve ou interesseiro que tem caracterizado a abordagem destas matérias nos espaços públicos.Ainda bem que aqui posso ficar esclarecido.
Obrigado
E mesmo os restantes 800 podem deixar de ter interesse já que a maioria deles deve ter resultado do concurso do governo português para a atribuição de GW de potência eólica.
Depois de as eólicas estarem instaladas as empresas responsáveis por esses 800 empregos podem decidir que na China ou na Índia terão menos custos de produção.
Mais uma consequência da inexistência de tecnologia desenvolvida em Portugal neste domínio...
Primeira vez no seu blog. Concordo inteiramente que a ciência não é neutra! Alguns acham que ela é ácida, outros acham que é básica...
O negócio da microgeração é simples. Os elevados preços da energia vendida ao sistema são justificados pelos superiores custos do investimento, e mesmo assim resulta num payback demasiado longo face aos riscos incorridos pelos promotores. A valia do negócio é apenas financeira, são “micro project finance”, os bancos emprestam o dinheiro e recebem com juros e sem risco, pois parte substancial vem directamente da EDP.
Pois, o que só prova que no estado actual da tecnologia, e provavelmente nos próximos 10 a 20 anos, a microgeração é insustentável e não passa de uma fantasia ideológica da ecotopia.
Na Alemanha, o maior exportador mundial de produtos industriais, poderá justificar-se, no âmbito de uma estratégia a longo prazo de subsidiação indirecta às tecnologias das renováveis, como já haviam feito com sucesso nas eólicas. E como estão também a fazer com o carvão limpo...
Cá, isto não passa de propaganda caríssima a pagar pelo consumidor e cujo fim prático é camuflar os negócios burocrático-compradores feitos com a eólica e outros, tudo â custa do consumidor-contribuinte.
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