O Expresso de hoje (12/02/2011) noticia que em Portugal, adquiridos por particulares, já há... 2 automóveis eléctricos a circular!
Os felizes contemplados foram o Sr. Canova e o sr. Rapagão, que adquiriram 2 Mitsubishi MIEv, ligeiramente maiores que os Smart. Os veículos, que não pagam Imposto Automóvel, custaram cerca de 35 mil €, mas o subsídio de 5000€ anunciado pelo Governo, e que pagaria parte do IVA, afinal não foi recebido!!!...
Ao que parece, do Nissan Leaf não há para entrega. Terão esgotado a pré-série com o 1º Mnistro e alguns outros felizes contemplados?
O MIEV, apesar de um preço sem Imposto Automóvel quase igual ao de um BMW série 3 já com todos os impostos, tem 66.6 CV de potência mas, como pesa vazio 1150 Kg, leva 16 s para chegar dos 0 aos 100 km/h, tem uma velocidade máxima de 130 km/h e a sua bateria de 16 kWh dá-lhe uma autonomia (enquanto novo e em condições ideias de condução) de 150 km.
Esperemos que o sr. Rapagão e o sr. Canova dêm um dia destes um passeio pela A5, de modo a inaugurarem a rede de estações de carregamento de carros eléctricos em que Portugal "lidera" o mundo, já que, como previ aqui, tal rede corre o risco de cair de ferrugem antes de chegar a ter uso...
Ah, e esperemos que a EDP continue a fornecer a electricidade gratuitamente a estes automóveis nos próximos 10 anos, e que pelo contrário a gasolina continue a ter 60% do seu preço constituído por impostos, para que o Sr. Canova e o Sr. Rapagão continuem felizes. Mas já agora... quem é que paga a tal electricidade grátis fornecida aos Srs. Canova e Rapagão?
13 comentários:
O Sr. Canova e o Sr. Rapagão dentro em breve irão arrepender-se deste devaneio. Espero que a imprensa os siga no dia a dia do uso dos seus carrinhos de pseudo "emissões zero" e nos vá comunicando a sua satisfação.
Eles que experimente ir de Lisboa ao Porto nos seus brinquedos, para ver se gostam... Chegarão - se chegarem - três dias depois, devido à fraquíssima autonomia (pouco melhor do que a dos carros eléctricos de 1902-1908 - ainda falam de «progresso») e ao tempo de recarga das baterias. E nós a pagarmos estes disparates...
Ainda não vi os tais postos de carregamento da A1.
Bom, só espero que nunca tenha de ir de Lisboa ao Porto num carro eléctrico pois deve ser divertido estar já sem iões no depósito, chegar ao posto de carregamento e ver uma fila de dez ou doze carros à minha frente.
Como cada carregamento leva quase meia hora (suponho que estes postos sejam dos rápidos), é só fazer as contas, daqui a umas seis horas chegará a minha vez.
Sugere-se que cada posto de carregamento rápido seja acompanhado de um hotel.
Parabéns ao Sr. Canova e ao Sr. Rapagão por terem comprado um carro eléctrico, segundo acabei de ser informado não fazem mais que uns 50 a 70 kms por dia, mais ou menos os mesmos quilómetros que fazem as respectivas esposas… assim, no dia que precisarem de ir ao Porto, certamente utilizarão, nessa deslocação, o outro carro do casal, bem como nas férias, assunto resolvido… e ainda existe um outro detalhe, adeus EDP, é que os painéis fotovoltaicos que colocaram no telhado, não só permitirá reduzir a factura da dita, como irá garantir a carga das baterias do carro e da scooter eléctrica do filhote…
Ainda me lembro do meu pai parar à meio do Marão para o motor arrefecer, nesses tempos não havia motores super quadrados (relação curso versus diâmetro do pistão) e como tal os carros aqueciam… assim será com os carros eléctricos, mais uns tempos e aparecerão baterias que permitirão uma maior autonomia, carga rápida… como diria o Gedeão “sempre que o homem sonha, o mundo pula e avança…”…
Caro Francisco Gonçalves: Sou engenheiro mecânico, pelo IST, e tirei especialização em engenharia automóvel.
Há aqui vários problemas que nem o senhor nem outras pessoas parecem aflorar. Um desses problemas é que a autonomia das ditas baterias pouco melhorou desde 1908... Se o «progresso» é assim tão lento...
Outro dos problemas é que os ditos painéis solares dependem de um factor que é conhecido como a «constante solar do lugar», também chamada «insolação» (não confundir com a «constante solar» no limite superior da atmosfera) ou seja, a radiação máxima de energia solar - medida em Watts/m2 (embora seja agora hábito usarem-se outras unidades) - que um metro quadrado de superfície recebe teoricamente ao meio-dia solar do Solstício de Verão. Ou seja, a sua intensidade máxima. Esta, na nossa latitude, não chega aos 350 Watts/m2, claramente insuficiente para as aplicações utópicas sonhadas pelos verdes.
A acrescer a isto, há o fraquíssimo rendimento dos painéis solares, que rondam os 15%, nos mais avançados, ou seja, à volta dos 60W por metro quadrado... Não será com isto que pensará recarregar as baterias de iões de lítio dos brinquedos eléctricos a que chamam «automóveis»...
Restam as eólicas, mas o seu rendimento depende do vento, e é em média menor do que 25% da potência instalada. Uma fraude, portanto, que nos destrói a paisagem e expulsa os enxames de abelhas, acabando com a polinização generalizada e com o que resta da agricultura.
Por fim, há o problema da POLUIÇÃO química das baterias dos ditos carros eléctricos, porventura muito mais grave que a dos escapes dos diesel: estas baterias utilizam elementos designados por lantanídios na tabela periódica, que são extremamente tóxicos, quer na sua extracção (maioritariamente na China), quer depois na sua cessão em fim de utilidade. Ou seja, a reciclagem das baterias segue (quando são recicladas, o que é RARO) os mesmos preceitos do processamento dos resíduos nucleares. Agora imagine milhões de enormes baterias a serem descartadas ao fim de 3 a 5 anos. E com um custo unitário rondando os 15.000 euros...
Enfim, meu Caro, não há «milagres» na Física, pois as suas leis não podem ser violadas, e a «tecnologia» não tem resposta para tudo, muito menos se usar aquilo a que cada vez mais se chama «bad Science», para não usar outro nome.
Cumprimentos.
No carro eléctrico a nossa grande sorte foi a crise global e nacional. Sem crise aposto que a esta hora Socrates já nos teria empenhado em mais algumas centenas ou milhares de milhões euros do nosso bolso a subsidiar toda esta indústria para se pavonear por aí em conferências falando do sucesso das suas politicas "verdes" à custa da ruína do país.
Calma pessoal!
Eles foram os pioneiros e corajosos.
Parabéns para eles.
As grandes mudanças são vagarosas e Portugal desta vez está no topo.
Só estou à espera do Mobicar versão auto-Estrada para mandar o meu Co2 para a sucata.
foi!!
Jocosidades à parte sobre os carros eléctricos e seus inconvenientes, creio que não podemos deixar de nos importar com factos. E os factos são, e cito um artigo que li, os seguintes:
«A poluição do ar é causada por uma mistura de substâncias químicas, lançadas no ar ou resultantes de reacções químicas que alteram o que seria a constituição natural da atmosfera.
Além do sector industrial, os transportes rodoviários são uma fonte importante de poluentes devido às emissões dos gases de escape, mas também como resultado da evaporação de combustíveis. São os principais emissores de NOx (Óxidos de Azoto) e CO (Monóxido de Carbono), importantes emissores de CO2 (Dióxido de Carbono) e de COV (Compostos Orgânicos Voláteis), além de serem responsáveis pela emissão de poluentes específicos como o Chumbo (Pb). A poluição do ar pode causar um conjunto de problemas ao nível da saúde humana. Os dados apresentados pela Comissão Europeia, em Junho de 2003, na "Estratégia Europeia de Ambiente e Saúde" são preocupantes:
- Nos países industrializados 20% das doenças registadas são imputáveis a factores ambientais, registando-se um aumento significativo de casos de asma e alergias;
- Os europeus passam 85% a 90% do seu tempo em ambientes fechados. Os níveis de poluição do ar interior é duas vezes mais elevado do que no exterior, favorecendo a existência de alergias, enxaquecas, asma e cancro;
- A asma e as doenças do foro respiratório são a causa do maior número de hospitalizações de crianças, sendo que 1 em cada 7 sofre de asma. As crianças estão também mais expostas ao gás de escape dos carros.»
Dando de boa conta que estes dados estão certos, não se pode falar "jocosamente" deste tipo de veículo que, não consumindo combustíveis fósseis (desde que a energia eléctrica não seja obtida por esse meio...), serão uma mais-valia para obviar a tais perturbadores da saúde de todos nós. Aliás, o "smog" das cidades não é uma realidade mais ou menos mortífera? Então, seria mais interesante que, em vez de se falar contra o automóvel eléctrico se apresentassem alternativas ou se estudassem melhorias para o mesmo.
Francisco Domingues
Paralelamente a este tema e já que este blog se assume nitidamente contra as renováveis, deixo um apontamento de Luiz Carlos Molion, prof. da Univ. de Alagoas, Brasil, sobre o badalado degelo nos pólos, devido ao aquecimento global, segundo os Media:
«O fenômeno do derretimento das geleiras e aumento do nível dos oceanos, que é muito utilizado como indícios do aquecimento global, é um fenômeno perfeitamente natural.
Devido a um dos ciclos lunares, correspondente ao movimento de precessão da lua, que teve sua maior intensidade entre 2005-2007, os oceanos tropicais ficam mais elevados em até 12 cm, quando comparados com os oceanos do ártico e esse desnível, faz com que águas quentes sejam levadas pelas correntes marítimas para áreas frias. Essas águas carregam quantidade de calor suficiente para promover o derretimento da base dos blocos de gelo, acarretando no desabamento da parte flutuante que a base não consegue mais suportar.»
Alguém quererá comentar?
Felizmente vivemos em liberdade. Podemos viver no campo uma vida porventura mais saudável, na cidade com alguns fumos e outras vantagens e também na floresta inexpugnável: foi descoberta uma tribo desconhecida na Amazónia recentemente.
Viver na floresta selvagem deve ser o mais saudável: à parte as mordeduras de serpentes venenosas, das aranhas, das infecções, das pneumonias, dos abcessos dentários, da ausência de livros e de pensadores, da falta do hamburger e da Coca-Cola, da peritonite, da malária, da unha encravada, da diarreia, dos bichinhos que se alojam e viajam debaixo da pele e da coceira crónica são cerca de 30 a 40 anos de felicidade.
Finalmente algum juízo começa a regressar para combater esta nova e irracional ideologia do Aquecimento Global
http://www.libertaddigital.com/opinion/gabriel-calzada/el-ipcc-se-queda-sin-la-subvencion-de-obama-58498/
Estive a fazer umas contas a partir de dados do movimento do meu carro com 1200Kg. Abrandou de 80 a 50 km/h em 37 segundos num piso muito liso e seco. A partir da (des)aceleração média e da força correspondente aplicada nos 150 km verifico que a bateria tem uma folga de cerca de 20% para cumprir as especificações. Não acreditando num rendimento superior a 80% eu diria que as especificações são muito optimistas.
Caro Professor:
Em todo o seu blogue, não vejo uma única referência ao EV1 - o primeiro (e último) carro electrico comercializado em leasing na California, nos finais da década de 90. Poderia dar o seu insight sobre o porquê da retirada desta solução do mercado? Todos os utilizadores que usaram este veículo chegaram a fazer declarações aos media que estavam perfeitamente satisfeitos com a performance do automóvel. Até um conhecido actor de Hoolywood, o Tom Hanks, veio falar deste carro a uma entrevista, e não o poupou de elogios.
http://en.wikipedia.org/wiki/General_Motors_EV1
http://www.truththeory.org/who-killed-the-electric-car/
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