O Expresso on-line deu hoje conta de um artigo de Bjorn Lomborg escrito ontem no Daily Telegraph que, por sua vez, invoca o estudo do economista Richard Tol sobre os custos e os benefícios da política climática europeia - a referência ao artigo desapareceu rapidamente do Expresso (era politicamente incorrecta) , mas quem foi ao link descobre diversos outros artigos interessantes sobre o tema, nomeadamente o próprio artigo original de Richard Tol.
O estudo em questão estima em 1.3% a fatia anual do Produto Europeu Bruto que custará a realização da Directiva europeia "20/20/20", que pretende para 2020 reduzir em 20% o consumo de energia primária europeia relativamente aos valores de 1990 (praticamente os mesmos que em 2010, graças à transferência para a Ásia de muita da actividade produtiva europeia), a emissão de gases de efeito de estufa (GEE), e atingir uma quota de 20% de energia proveniente de fontes renováveis. Este valor de 1.3%, cerca de 210 biliões de € , se não for acompanhado pelo resto do Mundo só permitirá reduzir a temperatura média do planeta em 0,05ºC, um valor tão pequeno que é inferior à própria precisão possível das estimativas da temperatura. O benefício deste resultado é também estimável economicamente, através do custo atribuído à tonelada de CO2 e que mede o custo dos prejuízos ambientais causados por esse CO2.
Para Richard Tol, que pretende neste seu artigo fazer pela primeira vez uma avaliação da relação de custo/benefício da referida política europeia, o referido ganho é estimável em 1/3 do custo necessário para o atingir se o preço da tonelada de CO2 for de 50€ (mas tem estado a 13€ e mesmo as projecções futuristas lhe atribuem geralmente o valor de apenas 20€).
Entretanto, Tol cita um estudo encomendado por Bruxelas sobre o impacto que a Directiva "20/20/20" terá na redução da riqueza dos Estados-membros da União, analisa vários outros, e conclui pelos dados do gráfico que aqui mostro: Portugal, como se pode ver, perderá entre 4.4% e 0.1% do seu rendimento, com o valor mais provável de 1.4%, mas em Espanha, o país mais prejudicado, será pior!
Conclui Bjorn Lomborg: "European leaders should not abandon their commitment to taking action on climate change. But instead of wasting hundreds of billions of Euros on a pointless emissions policy, they should be investing in research and development of green energy alternatives. The reason it costs so much to reduce carbon emissions is that the green alternatives aren’t close to being ready to replace oil and other fossil fuels.”
1 comentário:
Gostava de saber a sua opinião sobre a energia geotérmica, pois a informação disponível não é muito clara.
António Marques
Enviar um comentário