Nos EUA, a General Motors (ainda há 20 anos o maior construtor mundial de automóveis, lugar hoje ocupado pela Toyota), acaba de desvendar as características do seu Chevrolet Volt, um dos vários automóveis eléctricos anunciados para breve por alguns fabricantes preocupados em estar nas boas graças da política correcta.
O Volt vem ao preço de 41ooo USD (cerca de 30 mil €), antes de impostos e, como nota o New York Times, tem menos espaço interior que o seu equivalente não-eléctrico, o Chevrolet Cruze, que custa... 12,7 mil €!
Mas o que mais escandaliza o New York Times é que a General Motors recebeu biliões de USD de subsídios governamentais para o desenvolvimento deste carro, e que mesmo assim o vende a este preço, em vez de fazer como a Toyota, que internalizou os custos de promoção do seu Prius, o primeiro automóvel híbrido do mundo, lançado já já 13 anos, e que começou por ser vendido a 17 mil USD apesar do seu custo de produção para a Toyota ser de 32 mil USD!...
A Toyota já vai na 3ª versão do Prius, cada vez mais perfeito e já a ser vendido sem prejuízo, mas a General Motors, como explica o New York Times, não tem efectivamente intenção de fazer negócio com o seu automóvel eléctrico: limitou-se a fazer o frete ao Governo americano e a sacar os subsídios (o que não a impediu de entretanto falir), que é o que escandaliza o jornal, dada a inviabilidade do carro a este preço.
Mas, na realidade, o Volt da GM não é puramente eléctrico, mas sim híbrido como o Prius. Se fosse puramente eléctrico, como o Nissan Leaf de que já dei aqui notícia, custaria menos 6 mil € (ainda assim o dobro do seu equivalente a gasolina pura, o Cruze), mas só teria autonomia para 65 km, e enquanto a bateria fosse nova...!
Veremos como se desenrola este "filme" com os outros construtores da vanguarda eléctrica.
Entretanto e apesar de muito menos propagandeada, dado o seu muito menor impacto político, já existe uma opção de locomoção eléctrica individual razoavelmente competitiva. Trata-se de uma opção baseada num veículo de massa e velocidade reduzidas, e portanto de limitada energia cinética, vocacionado para distâncias urbanas relativamente curtas e suficientemente pequeno para se poder parquear facilmente perto de alguma tomada de electricidade: a lambreta, ou motorizada eléctrica. Embora, de energia verdadeiramente renovável, só a velha bicicleta desmotorizada...
2 comentários:
Verdade. Temo porém que quem andava de bicicleta "desmotorizada" agora é o principal cliente destas motoretas que caminham 30Km. O ambiente não vai beneficiar muito certamente.
Felizmente, comecam a surgir alguns pequenos fabricantes dedicados a esta área de negócio, já havendo alternativas à lambreta. Deixo-lhe uma página de um fabricante norueguês que já vende veiculos puramente eléctricos (THINK) à algum tempo. Segundo eles, o carro tem uma autonomia de 160 Kms. Não é muito mas para um carro de cidade, é provavelmente suficiente.
O preco anda na ordem dos 30.000 € (mas na noruega até um VW polo custa à volta de 24.000 €), o que não é propriamente barato mas eu diria que é como comprar um carro a diesel, é um investimento.
http://www.thinkev.com/
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