quinta-feira, novembro 11, 2010

Previsões insuspeitas sobre o automóvel eléctrico

A Direcção-Geral para a Energia da Comissão Europeia publicou recentemente, em Setembro passado, uma actualização das previsões energéticas europeias para 2030.
Relativamente às previsões de evolução dos diversos tipos de automóveis para os próximos 20 anos, a previsão da "Europa" está ilustrada na figura seguinte:
Estão a ver aí a quota de mercado prevista para o automóvel eléctrico daqui a 20 anos?

No entanto, a Agência Internacional de Energia, mais optimista, publicou também agora outros números, na sua World Energy Outlook de 2010.
A distribuição de tecnologias automóveis prevista para daqui até 2035 é, no cenário mais optimista, o ilustrado na figura seguinte:
A AIE prevê, pois, para daqui a 20 anos e para o automóvel eléctrico, uma penetração de... 1%!
Para o que prevê uma penetração muito maior é para o automóvel híbrido, dando-me inteira razão no que venho alertando há já quase ano e meio, por exemplo aqui e aqui.
A figura anterior é para a quota de penetração total. Para a taxa de crescimento dessa penetração, a AIE estima o seguinte, no cenário optimista:

Ou seja, daqui a 25 anos a AIE prevê que cerca de 20% dos carros vendidos sejam eléctricos. Mas, para 2020, prevê apenas uma quota de vendas de 3%, por sinal o mesmo valor previsto pela Bosh.
Por conseguinte, ficam a nu todas as fantasias que o poder instituído insiste em tentar impingir-nos, com o único fito de justificar os subsídios ruinosos doados ao lobby eólico mentindo-nos sobre a independência das importações do petróleo que a aposta nas renováveis nos irá conseguir!
Não são só os postos de carga da EDP que terão caído de ferrugem antes de haver  automóveis eléctricos que os usem (não me estou a referir, claro, aos poucos protótipos que os subsídios do Governo hão-de por a circular).
As próprias eólicas, com o seu tempo médio de vida de 16 anos, já na sua maior parte terão morrido de velhice quando houver automóveis eléctricos com algum peso no consumo de electricidade!...

4 comentários:

Anónimo disse...

olhando para a primeira figura, parece-me indicar emissão por tipo de carro, o que indicaria que as emissões associadas aos eléctricos seriam contabilizadas na fonte... quando tiver tempo verei o relatório...

Pinto de Sá disse...

Não, caro anónimo, é mesmo a distribuição por fonte, à esquerda. À direita é que tem a escala de evolução do CO2.
Esta fig. foi retirada da pag. 26, onde poderá também ler o seguinte: "The 2009 Baseline takes a conservative view regarding the possible changes in transport sector fuel mix: hybrid vehicles make significant inroads, but grid electricity is not penetrating the transport market; biofuels develop according to currently implemented policies (however not delivering the 10% target for RES in transport from the RES Directive)."
SIC.

Incitador disse...

A fonte que refere - AIE - parece ser muito pouco credível. Basta ler este artigo:

http://www.theoildrum.com/node/7102?utm_source=feedburner&utm_medium=feed&utm_campaign=Feed%3A+theoildrum+%28The+Oil+Drum%29

Eu acredito que vamos mesmo ter de mudar muito o nosso estilo de vida e esquecer como foi belo este curto episódio da história humana, fortemente moldada pelos combustíveis fósseis abundantes e baratos. As pessoas não sabem mas, não é drama nenhum viver sem carros (eléctricos, híbridos ou outros).

Incitador
http://incitador.blogspot.com/

Pinto de Sá disse...

incitador: Se considera a Agência Internacional de Energia, reconhecida pela ONU, como "pouco credível", e prefere acreditar num blog que contradiz a AIE, que lhe poderei eu dizer?...