terça-feira, abril 27, 2010

O cluster da ENERCON e as exportações do Pimentinha

Há dias, no verdadeiro massacre a que o programa do Miguel Sousa Tavares sujeitou o Eng.º Henrique Neto, um não-especialista em energia, pela mão do perito em demagogia e mentira convicta Eng.º Carlos Pimenta, este afirmou que em matéria de renováveis Portugal exportava "produtos e serviços".
Logo na altura pensei para comigo que "serviços" de facto sim, mas serviços financeiros! Ou seja, que a EDP investe em parques eólicos no estrangeiro subsidiados pelos Governos estranjeiros e equipados com equipamentos estrangeiros.
E também já aqui implorei por uma prova, uma informação que seja, de que exportamos alguma coisa do que se fabrica no cluster do Eng.º Aníbal Fernandes e que o que ele vende se não esgotará quando o mercado nacional se esgotar em breve.

E eis que aí está uma notícia deveras extrarodinária: a EDP Renováveis, no âmbito dos seus negócios financeiros pelo mundo fora e em especial nos EUA, acaba de fazer um contrato de aquisição por grosso de 2100 MW de eólicas, a maior encomenda de sempre feita a um fabricante de aerogeradores!
Fantástico, pensarão! Excelentes notícias para o cluster nacional da ENERCON e os trabalhadores de Viana do Castelo! Porque foi à ENERCON nacional que a encomenda da "Energias De Portugal" foi feita, não?
Não! Foi à VESTAS dinamarquesa!...

5 comentários:

António Esteves disse...

Caro Prof. Pinto de Sá

Quando se fazem comentários a eventuais incorrecções, devemos também tentar informar-mo-nos para ser correctos.

A Enercon, em consequência do concurso lançado pelo Governo e ganho pelo consórcio Eneop, construíu em Portugal, fábricas para produção de componentes para aerogeradores nomeadamente: pás, torres de betão, geradores e mecatrónica. Pás com apróximadamente 40m e geradores com cerca de 5m de diâmetro, um pouco maiores que os parafusos mencionados pelo Eng. Henrique Neto.

As referidas fábricas, quando em laboração normal têm a capacidade para produzir componentes para cerca de 200 aerogeradores por ano.

Uma vez que a capacidade de fabrico está tomada, preferêncialmente pelos aerogeradores do consórcio, para os anos de 2010, 2011 e 2012, não haveria possibilidade de fonecer, a partir de Portugal, os 2.100 MW que a Edp adjudicou agora à Vestas.

Face ao Inverno rigoroso que não permitiu montar aerogeradores ao ritmo do fabrico dos componentes, saíram, nos primeiros meses deste ano dos portos de Leixões e dos estaleiros, em Viana do Castelo, 14navios contendo 14 torres em betão, completas, para a Irlanda e 15 pás para a Alemanha.

Já no que diz respeito à prestação de serviços, temos neste momento várias equipas de montagem de torres e aerogeradores a trabalhar em França, face à dificuldade de proceder a montagens em Portugal, devido ao Inverno, e temos equipas de service a trabalhar também em Espanha.

Tentei, sem exito, anexar fotografias dos navios a carregar. Agradeço me informe, como fazê-lo

António Esteves disse...

Errado!!!

A Enercon tem em Portugal, até este momento, 4 fábricas para componentes dos aerogeradores nomeadamente: pás (40m), geradores 5m de diâmetro torres de betão e mecatrónica, tudo um pouco maior que um parafuso como referiu o Eng Henrique Neto.

Desde o início do ano, já saíram dos portos de Leixões e Viana do Castelo 14 navios com 15 pás para a Alemanha e 14 torres para a Irlanda.

Para além do fabrico, temos neste momento 3 equipas de montagens a trabalhar em França e equipas de service a prestar serviços em Espanha.

Os 2.100 MW que a Edp adjudicou à Vestas para fornecimento em 2010 e 2011 nunca poderíam ser fornecidas de Portugal face aos compromissos no ambito da Eneop.

Não consegui anexar fotografias que provam o que acabo de escrever. Agradeço me informe como fazê-lo

Anónimo disse...

Caro António Esteves,

Antes de mais os meus agradecimentos pelos seus contributos para esclarecer toda esta dinâmica das eólicas.

Gostaria que me respondesse a duas perguntas se tal for possível já que é raro encontrar alguém com informação precisa e vontade de responder.

Quanto representam (em euros) as exportações portuguesas de equipamento eólico fabricado em Portugal?

Existe viabilidade para a fábrica da ENERCON em Portugal depois de 2012 (final do projecto ENEOP2) já todos os países envolvidos em projectos eólicos estão a exigir incorporação nacional?

Muito obrigado.

Anónimo disse...

O valor de exportação é insuficiente para avaliar a rendibilidade do negócio. Identifiquem-se os custos e as receitas.

Anónimo disse...

Acho que vamos continuar a não ter dados sobre as exportações...