Há notícias que chegam aos media de que não sei a origem, mas que são espantosas pelas sua falsidade e pela pressa com que são publicadas!
Hoje, são vários os jornais que têm estado a publicar alegadas afirmações de um suposto cientista ucraniano, um tal Vladimir Bebechko, que "...apontou como o maior erro dos japoneses o excessivo heroísmo atribuído aos trabalhos de liquidação das consequências da avaria na Central Nuclear de Fukushima, sublinhando que "neles é utilizado um número maior de salvadores do que o necessário", e "Daí que, não obstante o alto nível de civilização do país e o profissionalismo na abordagem da liquidação da avaria, a envergadura das consequências será significativamente maior do que poderia ser", rematando que "é impossível passar sem atos de heroísmo em operações deste género, mas "os japoneses sujeitam-se teimosamente a um risco injustificado". "As consequências negativas do heroísmo injustificado aquando da neutralização das consequências da avaria na Central Nuclear de Tchernobyl deviam ter dado uma lição a toda a Humanidade", acrescentou.".
Ora estas afirmações nâo têm pés nem cabeça, como sabem todos os que seguem minimamente as notícias! Os japoneses ainda não entraram sequer nos recintos dos reactores, mais de um mês passado sobre o tsunami, e é precisamente por isso que a TEPCO prevê tantos meses para controlar a situação!!!
Em Chernobyl, com efeito, o governo soviético criou aquilo a que se chamou a "comissão de liquidadores", com homens de todas as Repúblicas e totalizando centenas de milhar, que foram enviados à vez para dar o seu contributo ao enterramento do reactor destruído sob um pesado sarcófago de cimento, onde ainda está hoje. Com o reactor a arder a céu aberto dificilmente haveria na altura melhor solução (executada 10 dias depois do incêndio começar, após a explosão que destruiu a cobertura), e se é certo que exigiu coragem, propriamente heroísmo só foi pedido aos técnicos da central que se sacrificaram logo de imediato tentando minimizar o acidente e aos bombeiros que chegaram pouco depois. Foram 134, de que morreram 28 com radiações agudas. Vários deles foram condecorados a título póstumo.
Nos "liquidadores", que estiveram expostos por pouco tempo (por isso é que foram muitos, para que cada um tivesse muito pouco tempo de exposição), não houve nenhum aumento detectável de cancro, posteriormente!
Mas Fukushima é muito diferente desde o princípio! Não houve ali nenhum rebentamento dos contentores de reactores, que são espessamente blindados, ao contrário do que acontecia em Chernobyl! E por isso não foi necessária a medida desesperada mas inevitável tomada na URSS!
Em Fukushima há umas centenas de trabalhadores a trabalhar mas fora dos edifícios, e... muitos robots!
Na verdade, ontem mesmo um primeiro robot penetrou até junto do reactor nº 1 e outro até ao nº 3, medindo a radioactividade, que está elevada (58 mSv/h - junto do reactor, um trabalhador levaria 4 horas e meia a esgotar o seu plafond de segurança de 250 mSv/ano...), e planeiam fazer o mesmo ao reactor nº 2 amanhã.
A foto anexa é precisamente a primeira tirada do reactor (a amarelo), ontem, por um robot "abre-portas".
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