quarta-feira, maio 25, 2011

O caso do espião da ENERCON

Não, não venho revelar aos muitos internautas que se têm interessado pela afirmação que fiz nas últimas linhas do meu post de divulgação do Manifesto II, o que sei (sabemos) sobre o assunto.
Sobre isso, reitero apenas que a informação divulgada no Público só pode ter sido obtida por espionagem de conversas privadas - conversas de elevado interesse político e eventualmente económico para terceiros.
Do que venho hoje falar é de outro caso de espionagem que hoje foi notícia em alguns jornais.
O Diário de Notícias noticiou, mas por qualquer razão não tem a notícia on-line; mas ei-la aqui reproduzida, e aqui podem-se encontrar mais detalhes interessantes.
Um engenheiro de topo da Martifer, empresa que constrói aerogeradores em Oliveira de Frades (e painéis solares), é acusado de espiar para a concorrente ENERCON. Ao que parece, será o primeiro caso detectado de espionagem industrial em Portugal.
Confesso que o "caso" me diverte um pouco. Primeiro, porque em tempos contei aqui a história da espionagem de que a própria ENERCON terá sido vítima pelo Echelon, relativamente à sua tecnologia de aerogeradores de velocidade variável com gerador síncrono e "link dc". História de que mais tarde forneci os hyperlinks relevantes.
Segundo, porque isto só vem dar razão à acusação que tenho feito sobre a falta de escrúpulos que o lobby eólico tem usado, cá e na Comissão Europeia, na manipulação política dos seus negócios.
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01-06-2011: Venho trazer uma correcção. Alguém de confiança me disse que o "caso" de espionagem na Martifer não tem fundamento e que apenas reflecte tricas entre os respectivos sócios, que desde há anos se terão deslumbrado com o capitalismo de casino bolsista e descurado a gestão operacional da empresa. E que a notícia, nascida num jornal de Viseu, já teria sido desmentida.
Não dei por nenhum desmentido publicado da notícia original que saíra no Diario de Notícias, mas aceito que isto possa ser de facto infundamentado. Se assim for, ainda bem - estas notícias de golpes baixos deixam-me sempre infeliz com a espécie humana e os seus desmentidos desanuviam-me.

1 comentário:

Anónimo disse...

Caro Prof. Pinto de Sá
Não querendo tirar-lhe, pelo menos por algum tempo,o divertimento a que se refére, e manifestando-me normalmente impressionado com a capacidade de investigação que tem demonstrado neste espaço, acho estranho a sua ímediata credibilidade, e aproveitamento relativamente a esta notícia que não tem o mais pequeno cabimento.
Como sabe, e isso eu sei que sabe, o aerogerador Enercon baseia-se num gerador sincrono em anel cuja corrente é rectificada e posteriormente ondulada com a frequencia da rede. Por outro lado as torres são em betão pré-fabricado (aconselho-lhe uma visita à respectiva fábrica)e as pás têm um formato optimisado, completamente distinto do da concorrência, que continua a utilizar a técnologia que a Enercon utilizava há mais de 10 anos.
Não vejo portanto, e ninguém um pouco mais informado vê, que informação é que a Enercon poderia querer da sua concorrência.
Para além disso, nem a Enercon nem alguma das suas participadas, contratou o Eng. a que o artigo se refére.
O lobby eólico, ao contrário de outros, que rápidamente se tentam aproveitar de notícias que não confirmam, ainda tem escrupulos.
António Esteves