domingo, setembro 27, 2009

Um cientista céptico

O Público de hoje publica uma entrevista com um cientista ilustre , Bjorn Lomborg, que reconhece a existência do aquecimento global mas contesta as políticas ideológica e economicamente motivadas que se estão a promover para lhe fazer face.
Não é o assunto central deste blog, a climatologia, mas se há coisa que tenho subcrito aqui é a de que há que ter calma e não embarcar em fantasias e extremismos ecotópicos!
Bjorn Lomborg também sonha com a razão.
No entanto, sou menos pessimista que ele quanto à Conferência de Copenhague e aos seus preparativos. Como o Presidente Obama, penso que será sempre um grande progresso político a Humanidade entender-se para resolver um problema comum. Se haverá um progresso climático, não sei, mas o próprio consenso político, a atingir-se, vale a pena destes esforços, porque o grande problema da Humanidade não é o clima - é o próprio Homem! Como os negacionistas do Aquecimento Global são incansáveis na defesa das suas posições e me enviam imensos comentários, mas o meu programa de blog não passa por colocar esse tema no seu centro, anexo a figura acima que mostra as medições feitas pelos satélites da NASA para "remote sensing" do clima do planeta, sobre a temperatura da nossa atmosfera. Encontra-se aqui também uma boa introdução ao assunto para os interessados em se iniciarem no tema.

3 comentários:

Anónimo disse...

De facto nunca percebi as metas redução de 20% ou 30% ou outro qualquer número arbitrário nas emissões de C02.

O próprio autor deste blog já fez notar que o principal emissor de C02 aparenta ser a destruição de florestas devido à expansão humana.

Logo, a conclusão seria que algum dinheiro aplicado nesse problema teria muito mais impacto do que evitar a produção de energia eléctrica através de centrais de ciclo combinado com eólicas (como é feito em Portugal) (devido ao preço do carvão as centrais de ciclo combinado são preteridas em relação às de carvão).

É óbvio que "soa" bem dizer que todos os países vão fazer algo. Mas se calhar é muito mais importante evitar a destruição de floresta tropical do Brasil à Indonésia do que outras medidas mais televisivas.

Anónimo disse...

Caro Prof. Pinto de Sá

A temperatura média global do nosso planeta estacionou há cerca de uma década, para não dizer que tem vindo a diminuir. Em consequência, falar em aquecimento global, neste momento, é capaz de ser excessivo.

E como a responsabilidade pela fase de aquecimento anterior foi imputada ao dióxido de carbono, cuja concentração na atmosfera entretanto não deixou de aumentar, é lícito suspeitar de uma tal relação causa-efeito.

Ainda que o dióxido de carbono seja um gás com efeito de estufa, isso só por si não chega para lhe atribuir a principal responsabilidade. Tanto quanto se sabe, o vapor de água presente na atmosfera dá uma contribuição muitíssimo superior, relegando o dióxido de carbono para uma participação residual.

Além disso, se olharmos para os números, verificamos que o dióxido de carbono que o Homem envia para atmosfera, apesar de os valores absolutos serem impressionantes, não passa de uma fracção muito reduzida do dióxido de carbono que já lá se encontra.

Actualmente estamos com um teor de cerca de 380 ppm (em volume). A actividade do homem acrescenta um pouco menos do que 2 ppm por ano. Será este acréscimo responsável pelas catástrofes climáticas anunciadas? Parece legítimo duvidar.

Cumprimentos
Jorge Pacheco de Oliveira

Anónimo disse...

Com a sua concordância, e para quem quiser mergulhar de cabeça no tema «Aquecimento Global», sugiro a leitura de:

http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/0707/0707.1161v4.pdf

rebatido por:

http://arxiv.org/PS_cache/arxiv/pdf/0802/0802.4324v1.pdf

que por seu lado é criticado por:

http://arxiv.org/ftp/arxiv/papers/0904/0904.2767.pdf

Esta base de dados possui mais uns excelentes artigos com os dois pontos de vista sobre este assunto.

Confesso que me causa alguma perplexidade, que sendo uma rede de satélites para leitura das temperatura da Terra um sistema com umas poucas dezenas de anos, um termómetro digital um instrumento com mais umas dezenas de anos que a rede de satélites, uma rede meteorológica planetária um sistema com mais uns anos que os termómetros digitais, um termómetro um aparelho com mais uma centena de anos que os termómetros digitais, e a Terra um planeta com mais 4,5 biliões de anos que um termómetro, exista quem faça cálculos com a precisão da décima de grau (!?!?!) sobre a evolução da «temperatura média» do planeta. Para não falar do que estará no integral «temperatura média», nem me quero lembrar do trabalho que me deu fazer - apenas - meia dúzia de leituras de temperaturas nos laboratórios de algumas cadeiras do Técnico, e os sarilhos posteriores com os assistentes nas discussões dos relatórios… ou do que se ensinava na disciplina de Análise Numérica… e que as equações de Navier Stokes ainda aguardam uma solução analítica (que até terá direito a prémio, mais - seguramente - medalha Fields).

Duma forma menos matemática e física e mais contemplativa, também me sinto perplexo por ver abater uma árvore já com porte (uma autêntica central de processamento de CO2) para ser substituída por um bonsai, ou nem isso na maior parte dos casos, como sucede continuamente no Parque do Monsanto.

Tudo reunido, o tema «aquecimento global» contem todos os ingredientes para cumprir os desígnios a que a política se destina, conforme H.L. Mencken se lhe referia: «The whole aim of practical politics is to keep the populace alarmed -- and thus clamorous to be led to safety -- by menacing it with an endless series of hobgoblins, all of them imaginary», mais o acesso ao dinheiro dos contribuintes, conforme sucede através das energias alternativas...

Cordialmente

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