Depois do bom trabalho jornalístico do jornal, acrescentaria apenas e para finalizar este assunto, a seguinte conjectura:
- Entre as principais empresas industriais que entre nós fazem realmente I&D e que os investigadores conhecemos bem, além da Hovione há que assinalar que a EFACEC continua com uma boa posição (surge nas estatísticas agora integrada no Grupo Mello, sinal de que os Mello tomaram ascendência sobre a TMG nortenha na sua gestão e o que é excelente, porque este grupo lhe dá a solidez financeira de que ela carecia), mas que a SIEMENS ainda investe muito mais que a EFACEC! E investe mesmo! As centenas de "crâneos" que trabalham em Alfragide fazem-no para todo o Mundo! E a I&D da EFACEC poderia ter muito mais sucesso se a empresa conseguisse pôr fim à guerra Porto-Lisboa que a assola!...
- Entre as empresas de Informática, o grupo Novabase do meu amigo Rogério Carapuça continua a gastar metade da despesa nacional em I&D do sector informático. Não esqueçamos que a Novabase deve a sua origem ao INESC e é, por isso, uma das (poucas) iniciativas empresariais de sucesso nascidas na Universidade - mas o Carapuça já tinha inoculado o bichinho da iniciativa empresarial na família...
- Quanto à Banca é que estou convencido que 95% pelo menos da sua despesa de I&D é mera imputação de custos de engenharia informática simples. De qualidade, mas simples engenharia. Mais conjecturo que o BCP foi quem sempre o fez (até 2008 e desde 2001 foi ele quem liderou a despesa empresarial nacional, e não a PT inovação), sabendo-se como a ética deste Banco sempre foi muito elástica, e que o BPI e outros Bancos só se lhe juntaram em 2007 depois de verem que o próprio Governo desejava essa "contabilidade criativa", para não lhe chamar o que de facto é: uma peta!
- Peta essa que se generalizou nas empresas tuteladas pelo Governo.
- Na verdade e com esta "inovação" estatística, não sabemos ao certo que evolução houve de facto na I&D empresarial nacional;
- Esta maquilhagem estatística deve ter custado ao erário público, em receitas de IRC não cobradas, algumas dezenas de M€ por ano, desde 2006. A duplicar, a partir de 2010...
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