O Ministério da Tecnologia publicou antes-de-ontem a lista das 100 maiores empresas por ordem decrescente do seu investimento em I&D em 2007.
Em 1º lugar está a PT inovação de que já aqui falei, e no 2º e 3º lugares estão respectivamente o Millenium BCP e o BPI.
A lista não contém os valores investidos, mas algum cruzamento de dados permite estimar que o BPC terá dispendido valor não superior 60 M€, visto ter forçosamente dispendido menos que a PT e desta saber-se o valor máximo possível, e isso não foi aumento significativo face a 2005 em que já investira 57 M€.
Como a única novidade na lista dos grandes investidores é a chegada repentina do BPI à lista das "mais", embora com valor inferior ao do BCP, fica demonstrado que para os maiores investidores não houve, de facto, aumento significativo da despesa.
Pelo que o aumento colossal de I&D empresarial nas estatísticas do Governo só pode ter resultado de Inovações na Contabilidade da mesma, obviamente "incentivada" pelos generosos benefícios fiscais que os contribuintes suportam.
Subsiste, entretanto, outra dúvida: será mesmo Investigação & Desenvolvimento toda a actividade declarada?
É que toda a engenharia de concepção pressupõe a criação de algo novo: uma nova ponte, por exemplo, uma máquina eléctrica feita por encomenda, um novo programa para o Multibanco, são obras que requerem projecto de algo nunca feito antes - nem aquela ponte, nem exactamente aquela máquina eléctrica, nem aquela interface do Multibanco.
Mas isso não transforma um tal trabalho de concepção em I&D! Isso é engenharia simples!
Rara, em Portugal, tão rara que até poderá haver quem pense que é I&D, mas na verdade é apenas engenharia, pelos padrões internacionais...
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