Há quem pense que a energia eólica deve ser muito barata, já que o vento é grátis.
O vento é grátis, mas as turbinas eólicas necessárias para o transformar em electricidade não o são. E, no caso português e ao contrário de todos os outros países europeus com grande produção deste tipo de energia, são infelizmente integralmente importadas.
Ora segundo um relatório da EWEA, em Portugal o custo de instalação por MW das instalações eólicas anda pelo 1,1 milhão de €. É um custo médio, em termos internacionais, muito semelhante ao verificado nos outros países.
Este custo distribui-se da seguinte forma: 68% para a turbina eólica e 32% para "outros custos", que incluem a construção das fundações e a "ligação à rede". A EWEA sublinha o facto de Portugal ser o país europeu onde os "outros custos" são de longe mais altos...
Uma vez posta a trabalhar, toda a energia que as turbinas produzirem tem de ser obrigatoriamente comprada pela EDP, com uma tarifa definida pelo Governo e cujo valor médio, garantido a 15 anos, era de 90 €/Mwh até 2005, mas que daí para cá tem andado pelos 74 €.
Como as turbinas produzem, em média anual, apenas cerca de 1/4 da sua capacidade máxima, mas os seus custos de manutenção e operação são muito baixos (da ordem dos 2% da energia produzida), contas feitas, ao fim de entre 5 1/2 a 7 anos estão amortizadas. Para um período de 15 anos de tarifa garantida, trata-se de um investimento seguro e rentável e sem "chatices", dado que a monitorização do funcionamento das turbinas é feita por tele-comando, em geral pelo próprio fabricante estrangeiro. Basicamente o investidor só tem que obter o terreno, o financiamento para a importação das turbinas, as autorizações e as concessões, e pagar o projecto e a execução do parque eólico e da sua ligação à rede da EDP (que é onde entra a "incorporação nacional").
Entretanto, os 74 € /Mwh que são pagos pela EDP ao produtor eólico são pouco menos que o valor pago pelo consumidor à EDP. Quer isto dizer que este não paga grande parte dos custos da rede eléctrica que transporta a energia de origem eólica até às suas casas. São esses custos que vão para o défice.
3 comentários:
Outra questão é o argumento utilizado de que as eólicas reduzem as perdas também não se aplica. Parte-se do principio que a geração distribuída será perto das principais cargas evitando que a energia tenha de atravessar toda a rede de transporte e distribuição de energia (como a geração convencional). Contudo, o que se passa na realidade é que ninguém numa cidade deseja ter como vizinha uma turbina eólica (o ruído é muito grande), mesmo que seja um ótimo local a nível de vento. Portanto, a geração eólica acaba por ser instalada em serras remotas e há a necessidade de construir rede só para que fiquem ligadas aumentando as perdas (o percurso fica Rede de Distribuição-Rede de Transporte-Rede de Distribuição).
Como a geração eólica é imprevisível há sempre necessidade de ter geração convencional para aqueles dias de pouco vento (acho que ainda ninguém admite ficar sem electricidade porque não há vento). Portanto, o custo ainda é mais elevado já que não evitam investimentos em geração convencional.
Eu sinceramente não vos percebo, não percebo de qual lado da barricada estais vós!!!
Vivemos num país que importa todos os veículos que circulam nas estradas, e que importa todos os combustíveis que os fazem locomover. Vivemos num país completamente petrolificado, extremamente dependente de combustíveis fósseis, que não tem e que tem de importar, com todas as consequências para o planeta, para a atmosfera das urbes, para a saúde dos cidadãos, para o déficite externo e para a balança comercial!
E vós, criticam as eólicas, porque existe um défice tarifário entre o que a edp paga aos produtores, e o que recebe do consumidor.
Pois oiçam bem: Por mim, não me importo de pagar mais 20 ou 30% pela fatura da edp, se souber que aquela energia é limpa e não vem do petróleo... que demagogia...
Se o país tem vento, porque não aproveitá-lo??? Seria preferível que tivessemos fabricantes nacionais para turbinas, mas não temos? Mas isso não nos impede de apostarmos seriamente nas eólicas, solares e outras renováveis...
Rogo-vos que parem de criticar todas as formas sérias de despetrolizar o mundo, pois só provocam ruído naqueles que verdadeiramente defendem o ambiente e o planeta
o problema,e o preço que esta a ser pago
mesmo a 74 euros o MWH,e caro.
e um negocio da china.
o problema, e a energia da noite,e vendida a um preço irizorio,ao estrangeiro.
estao a pagar rendas,para nao produzir,em algumas centrais,sera mentira?
joao eduardo cruz
joaoecruz05@gmail.com
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